31 janeiro 2009

Joe Pass

Joseph Anthony Jacobi Passalaqua (Joe Pass), nasceu no dia 13 de janeiro de 1929, em New Brunswick, New Jersey, e morreu de câncer de fígado aos 23 de maio de 1994. Seu estilo é inconfundível, você sabe que é Joe Pass a uma simples audição, do mesmo modo que não é necessário ser um marchand para reconhecer a autoria de um quadro de Van Gogh sem verificar a assinatura.

Em 1994, Pass disse ao editor da Acoustic Guitar Magazine, Jeffrey Pepper Rodgers, que usar os dedos ao invés de uma palheta era "o melhor e único modo de tocar a guitarra (violão), porque realmente entra-se em contato com o instrumento - você realmente o sente, como o trompetista sente a trompa em sua boca".

Além de desenvolver uma técnica impecável, Pass adotou uma atitude zen direcionada a articular mentalmente a música enquanto toca. "Há que eliminar a própria percepção, porque uma vez que se começa a pensar sobre o que se está fazendo, não se permite que a música tome sua própria forma, contorno e momentum. Você está tentando conduzir a música. A idéia é abandonar a condução da música, e simplesmente permitir que ela flua por si. Algumas vezes estou num intervalo e me sinto muito bem, e a música começa a sair, quando se procede assim. Não estou fazendo a música ir a lugares; ela vai. Não toco a mesma melodia do mesmo modo duas vezes... Nunca sei onde começar, ou onde vou parar".

Satin Doll, jazz standard, composição de Duke Ellington e Billy Strayhorn

26 janeiro 2009

Ana Vidovic



Paganini compunha peças grandiosas para violino e, imaginem vocês, também para violão. Tinha um parceiro violonista que interpretava com ele os duos violino-violão que compunha. Esse violonista, também italiano, era Luigi Legnani.

Cansado de apenas fazer a parte do acompanhamento ao violão, pediu a Paganini que escrevesse uma peça onde o violão estivesse em primeiro plano. E Paganini compôs a Grande Sonata em Lá Maior, para violão e violino. Paganini não dispensava nem o virtuosismo nem o exibicionismo. A parte do violão ficou maravilhosa e ele, como se diz no popular, deu uma perna de anão no Legnani e ficou com a parte do violão. Coube a Legnani fazer o acompanhamento… ao violino.

Posteriormente foram feitos arranjos somente para violão e a Grande Sonata tornou-se a mais célebre peça de Paganini para o instrumento.

Paganini deixou uma frase célebre: “O violão é o instrumento mais fácil de se tocar mal. E o mais difícil de se tocar bem“.

Existe muita informação a respeito desse "infernal" violinista, inclusive a lenda de que ele teria feito um pacto com o demônio para poder tocar daquela maneira, que as cordas de seu violino seriam confeccionadas com os próprios cabelos do diabo. Vale a pena fazer uma pesquisa na internet a respeito de Niccolò Paganini.

A obra-prima de Paganini, Veitequattro Capricci per violino solo, Op. 1, foi composta entre 1800 e 1810, e é um marco do romantismo. Não somente um exercício de virtuosismo, os caprichos são de uma beleza arrebatadora.

Ana Vidovic é uma das mais jovens virtuosi do mundo. Nascida aos 8 de novembro de 1980, perto de Zagreb, na Croácia, ela começou a estudar violão com a idade de 5 anos. Vocês podem saber muito sobre essa maravilhosa mulher - não há fã que não deixe em seus comentários uma observação capciosa -, no Wikipédia, em sua página ou no My Space.

No Upcoming Performances do seu website vê-se que em meados do próximo fevereiro ela, durante quatro dias, estará se apresentando em Teresina, Piauí. Infelizmente não poderei ir. Contento-me em acompanhá-la no You Tube.

Grande Sonata de Niccolò Paganini

17 janeiro 2009

Per-Olov Kindgren


Per-Olov Kindgren nasceu em Bogotá, Colombia, filho de um sueco que estava neste país a trabalho. A família retornou a Estocolmo quando ele tinha três anos e uma série de acontecimentos cristalizou sua escolha e hoje ele é músico, compositor, professor e arranjador, tocando desde Bach até os Beatles, banda pela qual tinha muita admiração. Ele executa, praticamente, todas as músicas dos Beatles.

Eu estou numa fase de ouvir muito violão (violonistas) e tenho feito inúmeras descobertas, Kindgren é uma delas e eu até assinei sua página no You Tube. Na verdade hoje publicaria um outro violonista, uma dessas meninas que, por volta dos quatro, cinco anos, não se interessam por bonecas, apenas estudam o violão; aos 14, 15 anos já são possuidoras de uma técnica violonística invejável. Ana Vidovic, o fenômeno croata, interpretava uma peça denominada Cavatina, sem indicação de autor e, procurando o autor, achei a interpretação da mesma peça pelo violonista sueco. A fila está andando, assunto é o que não falta. Vidovic virá no próximo artigo... se eu não for atropelado por outro fenômeno.

Per-Olov Kindgren toca Cavatina de Stanley Myers

14 janeiro 2009

Anna Likhacheva

Dizem que quem sai aos seus não degenera. Lembro-me de um rapaz cujo pai era motorista de caminhão – ele dirige até hoje. Outro herdou um pequeno comércio do pai e vai tocando a loja. Quantos cantores famosos não colocam seus filhotes para gorjear desde cedo? E muitos dão conta da herança com grande competência. E os políticos? Engraçado é que seus filhos têm os mesmos cacoetes dos pais, aquela mesma mania danada de enganar o povo e encher as burras de dinheiro.

E eu me pergunto: por que meu pai não foi um bom violonista ou bom pianista ou mesmo um razoável pintor de quadros? É bem verdade que desenho desde os 8 ou 9 anos mas não tive ninguém que me orientasse para seguir uma Escola de Belas-Artes.  Só com 13 ou 14 anos comecei a ter noções  de proporções do corpo humano, tamanho dos braços, pernas, ombros, mãos, etc...

Vejam o caso dessa menina do vídeo: aos três anos e meio de idade lhe puseram um violãozinho nas mãos e a assistência de um professor, seu próprio pai, Yury Likhachev. Aos quatro anos já gravava um vídeo. Atualmente tem 15 anos e uma considerável quantidade de prêmios conquistados em diversos concursos de jovens solistas. Se você é um jovem solista e vai participar do mesmo concurso que ela, prepare-se para a segunda colocação.

Um dia de Noviembre, peça do cubano Leo Brower

10 janeiro 2009

Wes Montgomery

Hoje estive para publicar Joe Pass, cujo estilo sempre desejei copiar. Mas sem uma partitura não tenho como, com a agravante de que com ela já não é muito fácil. Pela minha vontade eu colocaria neste espaço os guitarristas e violonistas por quem tenho admiração todos aqui de uma só vez. Mas Roma não foi construída num dia, então vamos, cada pedra por sua vez.

Wes Montgomery (1925-1968)

Até os anos 40 a guitarra (ou, anteriormente, o banjo) desempenhava uma função meramente rítmica dentro das formações jazzísticas. Isso seria mudado pelo guitarrista Charlie Christian: com ele, a guitarra passa a construir linhas melódicas, e sofisticam-se os solos. O próximo grande guitarrista de jazz seria Wes Montgomery. (da página ejazz)

É sabido que o sucesso na execução do violão clássico reside numa boa técnica de mão direita. Para isso servem os diversos exercícios de arpejo. No entanto os guitarristas de um modo geral utilizam apenas uma palheta para ferir as cordas. Alguns, eventualmente, no decorrer da música guardam essa delgada peça e passam a tocar com os dedos. Wes Montgomery, no entanto, desenvolveu o dedilhado apenas com o polegar, estilo esse que, com o modo de tocar em oitavas, constituía sua marca registrada. Um seguidor de Wes Montgomery foi George Benson o qual, além de tocar em oitavas, ainda cantava em uníssono com a guitarra.

Windy

04 janeiro 2009

Steve Vai

Desde que comprei a revista Guitar Player provavelmente em agosto de 1986, durante quatro ou cinco anos guardei todos os exemplares. Um certo tempo depois começou a ser editada a Guitar Player em português, apresentando guitarristas nacionais.

E é claro que eu os via em cada edição - Stevie Vai, Eddie Van Halen, David Lee Roth, Joe Satriani, mas eu preferia um som mais comportado como o de Joe Pass, Larry Coryell, John McLaughlin ou Paco de Lucia.

De um detalhe eu já sabia, muitos desses guitarristas possuem uma formação de violão clássico, tanto os de jazz quanto os de rock progressivo. Foi minha fase de ouvir Pink Floyd, Yes, Rush, Genesis, Jethro Tull, Rolling Stones e Led Zeppelin.

E eis que agora acordei para os roqueiros para os quais não dava muita atenção. Eles são virtuoses (ou virtuosos) na melhor acepção da palavra.

No video, Steve Vai. Infelizmente as pessoas que carregam videos no You Tube não dão muita importância a créditos e a peça apresentada aparece apenas como Solo Instrumental.