28 outubro 2009

Chaconne Klaverenga


Ontem ouvi no Windows Media Player uma pequena peça de Bach que tinha baixado há alguns dias, o Allegro BWV 998 e comecei a procurar outras interpretações, se possível, até uma partitura para violão. Consegui apenas o Prelúdio (Prelúdio, Fuga e Allegro BWV 998) e uma notável interpretação de uma pequena notável, 17 anos.

Seus pais, James e Julia Klaverenga, lhe colocaram o nome por causa da Chaconne de Bach, BWV 1004, e, à propósito, essa é uma das peças que ela mais gosta de tocar. Como a maioria dos virtuosi, ela começou a estudar violão muito cedo, aos 6 anos de idade e já aos 15 colecionava algumas vitórias em concursos do instrumento.

Apesar de tê-la conhecido tocando o Allegro de Bach preferi apresentar o vídeo da Serenata Espanhola, de Joaquin Malats, com um áudio melhor. Aqui a moça tinha 16 anos e talvez não estivesse concentrada pois passaram uns sons não muito limpos.

Deixo também o endereço de sua homepage, aqui, onde se encontram informações mais detalhadas sobre sua carreira.

19 agosto 2009

Per-Olov Kindgren


Entrei na página do You Tube em busca do virtuoso de hoje. Geralmente já estou logado na conta e a vantagem disso é que o site já sabe das minhas preferências e além disso me apresenta as novidades nas postagens que assino.

Um novo upload de Per-Olov Kindgren, a peça de Silvius Leopold Weiss: "Entrée", em sol maior, executada em um maravilhoso violão de 7 cordas de mágicas sonoridades. Aos primeiros acordes observei a limpidez dos sons das cordas graves, sem nenhum trastejamento. Esse instrumento foi presente dos luthiers John e Judy Rogerson, conforme mencionado por Kindgren no vídeo.


03 agosto 2009

Jeff Beck - Tal Wilkenfeld

Não adianta, ainda me surpreendo quando tomo conhecimento de um desses prodígios da música como é o caso da jovem baixista, a australiana Tal Wilkenfeld. Antes, ouvira Jeff Beck, de quem John McLaughlin, falando sobre os músicos com quem já havia tocado, afirmou ser um dos melhores guitarristas de rock. Então conheci Jennifer Batten e soube que ela era guitarrista de Michael Jackson. E hoje até seria a vez dela aparecer no blog junto com Jeff Beck. Mas as coisas aqui funcionam assim: deixo as emoções conduzirem o planejamento.

Então vamos ouvir Tal Wilkenfeld e Jeff Beck. A composição é Cause We Ended As Lovers da autoria de Stevie Wonder. Não se recomenda a audição a quem está sentimentalmente fragilizado.


Aqui temos mais informações de como foi escrita esta canção (em inglês).

01 julho 2009

Magdalena Kaltcheva




Kaltcheva é mais uma daquelas meninas precoces que se dedicam ao violão com grande competência e talento. As mulheres violonistas têm no violão um grande aliado que não favorece aos homens. A par de sua técnica elas podem exteriorizar, em suas apresentações, toda a graça e beleza de que são possuidoras. Eu pude observar isso quando assisti a concertos da brasileira Maria Lívia São Marcos.

Magdalena Kaltcheva nasceu em Sofia, Bulgaria, em 1987, onde começou os estudos de violão. Posteriormente estudou na Alemanha na "Fransz Liszt" University of Music em Weimar. Desde o ano de 2000 teve inúmeras master classes com Manuel Barrueco, Pepe Romero, David Russel e outros, inclusive o brasileiro Odair Assad. Na primeira foto ela aparece em aula com o mestre brasileiro e, na segunda, num encontro com Paco de Lucia, uma das lendas vivas do instrumento.



Ela tem poucos videos de exibição. Escolhi a Torre Bermeja, de Isaac Albeniz, cuja execução achei um pouco acelerada. Mas que adianta argumentar? Do mesmo modo que Andrés Segovia, ela dirá que toca assim rápido porque pode!

Sua página na internet apresenta alguns áudios para download. Clique aqui para acessar.

22 junho 2009

Eduardo Diaz

Geralmente se tem a idéia de que o virtuosi é aquele executante veloz, que faz malabarismos no instrumento. Devemos nos lembrar, no entanto, de que alguns violonistas procuram ser verdadeiros velocistas nas cordas em detrimento da qualidade do som. Executar com qualidade conta pontos para qualquer músico. E por esse motivo é que hoje eu apresento Eduardo Diaz.

Ele executa uma obra que é parte da Suite For Lovers, de Maria Linnemann. O próprio Eduardo diz que é uma das mais belas peças que ele já executou. Eu acompanho o relator.

Mais um detalhe, "irrelevante", ele é meu amigo no You Tube.

04 junho 2009

Galina Vale

A menina Galina Vale toca muito bem. Tem a seu favor uma enorme velocidade e o sentimento que põe no que executa, não aquelas caras e bocas onde ela exagera um pouco, mas uma interpretação onde a qualidade do som é o maior beneficiário. A sua "desinibição" lhe rende alguns comentários negativos dos ouvintes. Alguém disse: "Vocês deviam ver John Williams tocando isso, ou ainda Lie Jie; ambos tocam melhor. Simplesmente porque essa mulher movendo a cabeça e os olhos ao redor não faz o som mais expressivo. Dizem que John Williams é um robot destituído de emoção, mas na verdade ele tem mais expressão em seu dedo mínimo que muita gente em ambas as mãos, incluída essa boneca enfeitada".

Pegou pesado o rapaz. Galina também exagera nos trajes que leva ao palco. Ela executa uma "performance"; inclusive há um video onde ela toca com uma venda negra. Mas é uma excelente violonista.

Galina Vale nasceu na Ucrânia, casou-se com um inglês, também violonista, e foi morar na Inglaterra. Como muitas meninas, Galina começou a se apresentar em concertos muito nova, tendo ganho também numerosos prêmios em competições internacionais de música em diversos países europeus.

Eis a sua interpretação da Valsa n0 3, de Agustin Barrios:

16 maio 2009

Ana Vidovic e Manuel Ponce


Todo bom violonista deveria ter uma peça de Manuel Ponce em seu repertório. Para os virtuosi do violão tal esquecimento seria imperdoável. Ponce compôs para solos instrumentais (violão e piano), para conjuntos de câmera e orquestra. Abaixo, uma sua composição magistral na interpretação idem de Andres Segovia.

Tantas vezes criticado por isso, Segovia faz as cordas do violão cantarem e uma peça que se poderia pensar executada por uma orquestra sinfônica, no violão tem a tradução exata de todas as emoções imaginadas e sentidas pelo autor. Se estiver travando ouça a Ana enquanto carrega.


Ponce - Theme, Variations And Finale - Andres Segovia

Ana Vidovic, lógico, toca Ponce. Com alta técnica, velocidade e sentimento. Nem precisava ser tão bonita.

Sonatina Meridional, part 3 - Fiesta, de Manuel Ponce


28 abril 2009

Yngwie Malmsteen

Sei que falta método ao modo como são apresentados os virtuosi das cordas aqui neste espaço. Mas isso se deve ao fato de que essas publicações estão me servindo, e também a muitos leitores, para expandir níveis de conhecimento na área musical, até então engessados. Nesta semana eu deveria, finalmente, apresentar o guitarrista Jason Becker, cujo drama pessoal me levou a criar este blog, mas, assistindo a seus vídeos, descobri um em que ele fazia cover de Yngwie Malmsteen. E isso me levou à questão: quem será essa fera de quem um gênio como Jason Becker se permite fazer um cover?

Malmsteen tinha sete anos quando viu na televisão uma notícia sobre a morte de Jimi Hendrix. Mas tarde ele colocaria em seu site oficial uma citação: "No dia em que Jimi Hendrix morreu, o guitarrista Malmsteen nasceu". Realmente não vou me alongar falando sobre a influência no seu repertório advinda de músicos clássicos como Niccolò Paganini, Bach, Vivaldi, Beethoven e outros; não vou falar de sua relação, por vezes conturbada, com músicos próximos; ou nem mesmo falar de alguns detalhes de sua vida fora dos palcos. Para isso eu os remeto para a página whiplash.net ou mesmo para a Wikipedia.

Yngwie Malmsteen, nascido na Suécia, extravasa no palco toda sua condição de astro do rock, com direito a luzes, fumaças, trejeitos, malabarismos, anéis, pulseiras, crucifixos e até ondulações de sua vasta cabeleira. Lembrou-me a Joelma, da Banda Calypso, jogando os loiros cabelos para trás, tentando "pegar no tranco". Mas vamos ao que interessa, as interpretações desse polêmico virtuose.

Solo acústico



Icarus Dream Fanfare, com a New Japan Philharmonic Orchestra

12 abril 2009

Alexander Vinitsky

Alexander Vinitsky nasceu em Omsk (Rússia), em 1950. Graduou-se na Russian Gnesins Academy of Music nas especialidades violão clássico e composição de jazz. Como todo excelente violonista ele orienta master classes e dá concertos. Seu repertório de concerto abrange suas próprias composições, arranjos de standards de jazz dos compositores Gershwin, Cole Porter, Richard Rodgers e também os sambas de Antonio Carlos Jobim, Luís Bonfá e outros.

Pois é, tem russo no samba. Vinitsky tem uma predileção pelo balanço da música brasileira e suas composições geralmente incorporam os temas da bossa-nova. Como sempre, torna-se difícil escolher um vídeo mostrando sua arte.

Enquanto escrevo estas notas, em meio a outros afazeres, vou ouvindo um conjunto de 19 execuções suas. O link está aqui. A página de Vinitsky é Александр Виницкий e estou passando a versão em inglês. Eu não faria a maldade de remetê-los à versão russa... E, como bônus, vai este link com diversos vídeos do artista.

In Small Cafe (A. Vinitsky)

31 março 2009

Robson Miguel

  

Nesses três últimos dias estive assistindo a vídeos de Robson Miguel, no You Tube tendo guardado mais de uma dezena deles nas minhas listas de reprodução.

Há muita gente que não conhece o violonista apesar de suas apresentações nos mais variados programas de televisão, no Brasil e no exterior. Ele esteve no Jô, na Hebe, na Dercy Gonçalves, no Clodovil, Ronnie Von, Fábio Júnior, Rolando Boldrin - tanta gente que seria mais prático dizer onde ele não esteve.

Desnecessário dizer que todas essas aparições apresentam um mesmo repertório de músicas, tiradas de humor e narrações de sua biografia. Acompanhar todas elas se torna cansativo.

A carreira vitoriosa de Robson Miguel começou recentemente, em 1985, quando viajou para a Espanha, no seu dizer, para conhecer o berço do violão, tocado em castelos medievais. Visitou vários desses castelos e depois construiu o seu próprio em São Paulo.

Ele é mundialmente reconhecido como um dos melhores violonistas, principalmente pela sua versatilidade. Ele executa qualquer tipo de música, do popular ao clássico, passando pelo Hino Nacional Brasileiro, flamenco, baião, chorinho, etc.

Em alguns vídeos do You Tube poderemos saber sobre sua carreira, seu castelo, seus projetos e suas performances.

Robson Miguel possui mais de duas dezenas de gravações no exterior e já publicou diversos videos-aula encontrados em qualquer loja.

Minha dificuldade aqui foi escolher um video dentre tantos à disposição. Vejam este onde ele interpreta um jazz de sua autoria de um modo bem didático. Ao fundo sua orquestra. Indico também Czardas, cujo autor é Victorio Monti.

19 março 2009

Maria Haro

Estou gostando muito do blog Violões e Guitarras porque, além de ser fácil de fazer e tratar de uma arte que me proporciona grande prazer, sempre me abre novas janelas para o conhecimento de músicos até então ignorados por mim.

Hoje temos Arthur Verocai, que nos é apresentado pela preciosa interpretação da uruguaia Maria Haro executando a bonita valsa Pacata. Verocai é instrumentista (violonista), compositor e arranjador. Estudou com Léo Soares e Darci Villaverde (violão erudito), Nair Barbosa da Silva (harmonia), Roberto Menescal (violão popular) e Vilma Graça (piano e noções complementares de música). Algumas de suas obras podem ser ouvidas na sua página MySpace. Confiram aqui.

Conheci Maria Haro na Escola de Música Villa-Lobos onde ela dava aulas de violão com grande competência. Eu tinha facilidade de entender tudo que ela transmitia em termos de como interpretar determinadas músicas. Porém, segundo Mateus 22:14, "muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos". E eu acho que nem chamado fui.

Todo músico sabe que o sucesso depende de "transpiração" (esfôrço) e "inspiração" (talento). Esse último requisito me faltou. Além de que sempre tive ali no "M" da palma da mão uma calosidade que me incomodava principalmente nas posições de pestana. Nem a acupuntura deu jeito.

Na sidebar do blog, em GUITARRISTAS E VIOLONISTAS, há um link para o site da Maria, onde podemos ter informações sobre suas atividades profissionais, vídeos, fotos, etc.


12 março 2009

Gaëlle Solal

Bem, esta é "la Signora della chitarra". Foi assim que a viu o autor do presente video: "Gaëlle Solal è veramente 'la Signora della chitarra'! Grandissima tecnica, fascino straordinario e tanta simpatia! Godetevi un piccolo assaggio del suo concerto a Soriso per UN PAESE A SEI CORDE".

A violonista é francesa e mantém um website, na verdade um blog, onde "A 29 ans, la guitariste Gaëlle Solal a déjà tout d’une grande: une technique irréprochable, la puissance et la profondeur du son et une grande intelligence dans son analyse des oeuvres. Ses interprétations sont des modèles de clarté en mème temps que de vigueur mais aussi, lorsque c’est nécessaire, de finesse".

Seu blog traz sua biografia, a programação de seus recitais, fotos, cds e videos, além de notícias adicionais.




Gaëlle Solal, bravíssima! belíssima!

Torre Bermeja - Isaac Albeniz


02 março 2009

Marcin Dylla

Mais um novo violonista, para mim, claro, eu não o conhecia. Marcin Dylla iniciou seus estudos de violão aos 8 anos de idade. Nasceu em junho de 1976 na cidade de Chorzów, na Polônia. Ele é considerado por muitos críticos musicais e amantes da música como um violonista clássico fora-de-série e ostenta essa posição pelo inigualável número de premios conquistados em competições internacionais.

De 1996 a 2007 foram 19 primeiros lugares em competições internacionais de prestígio, na Europa e nos Estados Unidos. Seu repertório, pelo que pude observar no tópico MUSIC de sua página na Web, não é nada convencional. Há interpretações suas de Johann Kaspar Mertz, Joaquin Rodrigo, Antonio José e Alberto Ginastera.

A peça hoje apresentada foi o cartão de visitas desse músico para mim. Fiquei impressionado por sua beleza e extrema dificuldade. Chama-se Rossiniana n0 1, de Mauro Giuliani, e foi executada no Wawel Royal Castle. O autor do vídeo informa ainda que Marcin Dylla toca em um violão Boguslaw Teryks com um tampo reforçado, um "sandwich top", o que lhe dá um poderoso som. Preço: 7.600 euros, acrescido de IVA.

Rossiniana n0 1, de Mauro Giuliani

28 fevereiro 2009

George Benson



George Benson foi o causador da troca do nome de Jorge Ben para Jorge Benjor. Este achava que seus direitos de gravação se perderiam pelos caminhos homófonos dos dois nomes em benefício do mais famoso.

Procurando um vídeo para apresentar o guitarrista, me deparei primeiramente com sua interpretação de The Greatest Love of All, a música amplamente divulgada na voz de Whitney Houston. Benson tem estilo como cantor, porém ele se apresentava sem a guitarra, acompanhado por um piano e cantando de um modo que lembrava Stevie Wonder. E bem a propósito achei a seguir a música Lately de Stevie Wonder, apenas instrumental, apresentando como convidado o pianista legenda do jazz, Joe Sample. No entanto achei que estava demorando a carregar. Vocês podem assistir ao vídeo aqui.

Ficamos em definitivo com a música Being With You, uma apresentação na televisão em 1985 e que apresenta de modo mais convincente o virtuosismo do artista.

PS: Devido ao término da conta trocamos a apresentação na televisão em 1985 por uma apresentação ao vivo em 1991 em Sevilha.

21 fevereiro 2009

Joe Satriani


Conforme falei alhures, Joe Satriani era presença obrigatória em quase todos os números da Guitar Player que eu comprava nos anos 80. Mas como eu gostava de uma coisa mais light eu lia apenas Joe Pass, Larry Coryel, até o B.B. King, e outros que, se eu fosse enumerar, esgotaria o espaço deste post. Então eu não sei coisas relevantes a seu respeito. Vamos nos valer da Wikipédia.

Joe Satriani nasceu em 15 de julho de 1956 em Westbury, Nova Iorque. É um guitarrista de rock instrumental e professor, considerado virtuoso na guitarra. Foi professor de alguns guitarristas famosos, dentre eles, Steve Vai, já publicado no blog.

Eu tenho uma relação de violonistas e guitarristas programados para aparecerem no blog. Satriani já estava há algum tempo nessa fila com o vídeo The Extremist, apresentado no You Tube. Na última hora resolvi que publicaria o vídeo do Joost, que já foi um programa instalado nos computadores. Agora é apenas uma página que, apesar da qualidade de som e imagem, ainda apresenta poucas opções.

Para quem não conhece, apresento Joe Satriani e o Joost. Cliquem na seta. Para visualizar os controles posicionem o mouse sobre o vídeo. E aguardem iniciar.


PS.: O video The Extremist foi retirado do Joost e a incorporação em blogs foi desativada no You Tube. Resta a alternativa de assistir no próprio You Tube, clicando aqui.

11 fevereiro 2009

Sebastião Tapajós

Da página do Clube do Choro de Brasília

Paraense de Santarém, Sebastião Tapajós começou a estudar violão aos nove anos de idade, tendo o pai como professor. Mudou-se para Belém e depois para o Rio de Janeiro, continuando os estudos de violão clássico. Em 1964 foi para Portugal, onde se formou no Conservatório Nacional de Música de Lisboa. Estudou na Espanha com o famoso mestre Emilio Pujol, formando-se no Instituto de Cultura Hispânica.

Depois de completar os estudos, voltou ao Brasil para iniciar a carreira de concertista. O impulso decisivo à sua carreira veio com a execução de uma obra-prima de Villa-Lobos, o Concerto para Violão e Pequena Orquestra, com a Orquestra Sinfônica Nacional no Teatro Municipal do Rio. A partir daí seguiram-se inúmeros convites para concertos no Brasil e no exterior.

Como mostra do seu trabalho apresentamos a Valsa de Esquina, composição de Francisco Soares e indicamos também a página Cafemusic.com.br, que traz mais algum texto sobre a arte desse violonista, bem como oferece diversas faixas suas executáveis no Windows Media Player.

09 fevereiro 2009

Hélio Delmiro

Tenho poucos discos do Hélio Delmiro. Não estranhem meu linguajar, sou da era do vinil. Mas a culpa não é minha e sim dele, que gravava pouco. Gravasse uma ou duas vezes por ano, eu compraria todos, como fazia com Larry Coryel, John McLaughlin, Jean-Luc Ponty e outros.

Num desses Festivais de Jazz de Montreux da vida, encontraram-se Hélio Delmiro e Larry Coryel. Este, depois de ouvi-lo, exclamou:
- Cara, você toca muito mais que eu!
Hélio Delmiro era o tupiniquim, e vocês sabem que o tupiniquim em sua terra não tem vez. Bidú Sayão, Laurindo Almeida, Antonio Carlos Barbosa Lima, que nos Estados Unidos é conhecido como Carlos Barbosa-Lima, e muitos outros, tiveram que sair do Brasil para ter seu valor reconhecido. É bem verdade que mesmo assim eles continuam como desconhecidos em sua terra, haja vista o caso de Carmen Monarcha, que brilha em palcos europeus sob a batuta do inigualável maestro e violinista André Rieu.

Os irmãos Assad, Sérgio e Odair, têm seus discos editados no exterior basicamente por duas gravadoras: a Nonesuch, nos Estados Unidos, e a GHA, na Bélgica. Tive momentos de encantamento ouvindo esse irmãos tocarem numa programação patrocinada pela Petrobrás e oferecida aos seus funcionários após o expediente. Quem tem interesse em gravá-los em seu país?

E vocês conhecem Sebastião Tapajós? Será um dos próximos virtuoses deste blog, se eu não for caught by the storm. Aqui as coisas são assim, frequentemente sou atropelado por um intérprete maravilhoso. Estou até aguardando o momento propício para contar como me veio a "inspiração" para criar este blog. Mas hoje é Hélio Delmiro, interpretando Folhas Mortas, de Ary Barroso.

Acabo de ver um site que mostra Folhas Mortas como sendo de Jamelão e a letra como sendo de Jamelão, onde um verso dizia:
"Eu queria um minuto apenas
Pra mostrar minhas penas
Oh, Deus, como sou infeliz".

Ary Barroso tinha um programa de calouros na Rádio Nacional e eu o ouvi dando uma espinafração num calouro que cantava os versos acima:
- Meu caro, quem mostra as penas é pavão. Eu escrevi: Pra matar minhas penas.

Nem tudo na internet é confiável.

31 janeiro 2009

Joe Pass

Joseph Anthony Jacobi Passalaqua (Joe Pass), nasceu no dia 13 de janeiro de 1929, em New Brunswick, New Jersey, e morreu de câncer de fígado aos 23 de maio de 1994. Seu estilo é inconfundível, você sabe que é Joe Pass a uma simples audição, do mesmo modo que não é necessário ser um marchand para reconhecer a autoria de um quadro de Van Gogh sem verificar a assinatura.

Em 1994, Pass disse ao editor da Acoustic Guitar Magazine, Jeffrey Pepper Rodgers, que usar os dedos ao invés de uma palheta era "o melhor e único modo de tocar a guitarra (violão), porque realmente entra-se em contato com o instrumento - você realmente o sente, como o trompetista sente a trompa em sua boca".

Além de desenvolver uma técnica impecável, Pass adotou uma atitude zen direcionada a articular mentalmente a música enquanto toca. "Há que eliminar a própria percepção, porque uma vez que se começa a pensar sobre o que se está fazendo, não se permite que a música tome sua própria forma, contorno e momentum. Você está tentando conduzir a música. A idéia é abandonar a condução da música, e simplesmente permitir que ela flua por si. Algumas vezes estou num intervalo e me sinto muito bem, e a música começa a sair, quando se procede assim. Não estou fazendo a música ir a lugares; ela vai. Não toco a mesma melodia do mesmo modo duas vezes... Nunca sei onde começar, ou onde vou parar".

Satin Doll, jazz standard, composição de Duke Ellington e Billy Strayhorn

26 janeiro 2009

Ana Vidovic



Paganini compunha peças grandiosas para violino e, imaginem vocês, também para violão. Tinha um parceiro violonista que interpretava com ele os duos violino-violão que compunha. Esse violonista, também italiano, era Luigi Legnani.

Cansado de apenas fazer a parte do acompanhamento ao violão, pediu a Paganini que escrevesse uma peça onde o violão estivesse em primeiro plano. E Paganini compôs a Grande Sonata em Lá Maior, para violão e violino. Paganini não dispensava nem o virtuosismo nem o exibicionismo. A parte do violão ficou maravilhosa e ele, como se diz no popular, deu uma perna de anão no Legnani e ficou com a parte do violão. Coube a Legnani fazer o acompanhamento… ao violino.

Posteriormente foram feitos arranjos somente para violão e a Grande Sonata tornou-se a mais célebre peça de Paganini para o instrumento.

Paganini deixou uma frase célebre: “O violão é o instrumento mais fácil de se tocar mal. E o mais difícil de se tocar bem“.

Existe muita informação a respeito desse "infernal" violinista, inclusive a lenda de que ele teria feito um pacto com o demônio para poder tocar daquela maneira, que as cordas de seu violino seriam confeccionadas com os próprios cabelos do diabo. Vale a pena fazer uma pesquisa na internet a respeito de Niccolò Paganini.

A obra-prima de Paganini, Veitequattro Capricci per violino solo, Op. 1, foi composta entre 1800 e 1810, e é um marco do romantismo. Não somente um exercício de virtuosismo, os caprichos são de uma beleza arrebatadora.

Ana Vidovic é uma das mais jovens virtuosi do mundo. Nascida aos 8 de novembro de 1980, perto de Zagreb, na Croácia, ela começou a estudar violão com a idade de 5 anos. Vocês podem saber muito sobre essa maravilhosa mulher - não há fã que não deixe em seus comentários uma observação capciosa -, no Wikipédia, em sua página ou no My Space.

No Upcoming Performances do seu website vê-se que em meados do próximo fevereiro ela, durante quatro dias, estará se apresentando em Teresina, Piauí. Infelizmente não poderei ir. Contento-me em acompanhá-la no You Tube.

Grande Sonata de Niccolò Paganini

17 janeiro 2009

Per-Olov Kindgren


Per-Olov Kindgren nasceu em Bogotá, Colombia, filho de um sueco que estava neste país a trabalho. A família retornou a Estocolmo quando ele tinha três anos e uma série de acontecimentos cristalizou sua escolha e hoje ele é músico, compositor, professor e arranjador, tocando desde Bach até os Beatles, banda pela qual tinha muita admiração. Ele executa, praticamente, todas as músicas dos Beatles.

Eu estou numa fase de ouvir muito violão (violonistas) e tenho feito inúmeras descobertas, Kindgren é uma delas e eu até assinei sua página no You Tube. Na verdade hoje publicaria um outro violonista, uma dessas meninas que, por volta dos quatro, cinco anos, não se interessam por bonecas, apenas estudam o violão; aos 14, 15 anos já são possuidoras de uma técnica violonística invejável. Ana Vidovic, o fenômeno croata, interpretava uma peça denominada Cavatina, sem indicação de autor e, procurando o autor, achei a interpretação da mesma peça pelo violonista sueco. A fila está andando, assunto é o que não falta. Vidovic virá no próximo artigo... se eu não for atropelado por outro fenômeno.

Per-Olov Kindgren toca Cavatina de Stanley Myers

14 janeiro 2009

Anna Likhacheva

Dizem que quem sai aos seus não degenera. Lembro-me de um rapaz cujo pai era motorista de caminhão – ele dirige até hoje. Outro herdou um pequeno comércio do pai e vai tocando a loja. Quantos cantores famosos não colocam seus filhotes para gorjear desde cedo? E muitos dão conta da herança com grande competência. E os políticos? Engraçado é que seus filhos têm os mesmos cacoetes dos pais, aquela mesma mania danada de enganar o povo e encher as burras de dinheiro.

E eu me pergunto: por que meu pai não foi um bom violonista ou bom pianista ou mesmo um razoável pintor de quadros? É bem verdade que desenho desde os 8 ou 9 anos mas não tive ninguém que me orientasse para seguir uma Escola de Belas-Artes.  Só com 13 ou 14 anos comecei a ter noções  de proporções do corpo humano, tamanho dos braços, pernas, ombros, mãos, etc...

Vejam o caso dessa menina do vídeo: aos três anos e meio de idade lhe puseram um violãozinho nas mãos e a assistência de um professor, seu próprio pai, Yury Likhachev. Aos quatro anos já gravava um vídeo. Atualmente tem 15 anos e uma considerável quantidade de prêmios conquistados em diversos concursos de jovens solistas. Se você é um jovem solista e vai participar do mesmo concurso que ela, prepare-se para a segunda colocação.

Um dia de Noviembre, peça do cubano Leo Brower

10 janeiro 2009

Wes Montgomery

Hoje estive para publicar Joe Pass, cujo estilo sempre desejei copiar. Mas sem uma partitura não tenho como, com a agravante de que com ela já não é muito fácil. Pela minha vontade eu colocaria neste espaço os guitarristas e violonistas por quem tenho admiração todos aqui de uma só vez. Mas Roma não foi construída num dia, então vamos, cada pedra por sua vez.

Wes Montgomery (1925-1968)

Até os anos 40 a guitarra (ou, anteriormente, o banjo) desempenhava uma função meramente rítmica dentro das formações jazzísticas. Isso seria mudado pelo guitarrista Charlie Christian: com ele, a guitarra passa a construir linhas melódicas, e sofisticam-se os solos. O próximo grande guitarrista de jazz seria Wes Montgomery. (da página ejazz)

É sabido que o sucesso na execução do violão clássico reside numa boa técnica de mão direita. Para isso servem os diversos exercícios de arpejo. No entanto os guitarristas de um modo geral utilizam apenas uma palheta para ferir as cordas. Alguns, eventualmente, no decorrer da música guardam essa delgada peça e passam a tocar com os dedos. Wes Montgomery, no entanto, desenvolveu o dedilhado apenas com o polegar, estilo esse que, com o modo de tocar em oitavas, constituía sua marca registrada. Um seguidor de Wes Montgomery foi George Benson o qual, além de tocar em oitavas, ainda cantava em uníssono com a guitarra.

Windy

04 janeiro 2009

Steve Vai

Desde que comprei a revista Guitar Player provavelmente em agosto de 1986, durante quatro ou cinco anos guardei todos os exemplares. Um certo tempo depois começou a ser editada a Guitar Player em português, apresentando guitarristas nacionais.

E é claro que eu os via em cada edição - Stevie Vai, Eddie Van Halen, David Lee Roth, Joe Satriani, mas eu preferia um som mais comportado como o de Joe Pass, Larry Coryell, John McLaughlin ou Paco de Lucia.

De um detalhe eu já sabia, muitos desses guitarristas possuem uma formação de violão clássico, tanto os de jazz quanto os de rock progressivo. Foi minha fase de ouvir Pink Floyd, Yes, Rush, Genesis, Jethro Tull, Rolling Stones e Led Zeppelin.

E eis que agora acordei para os roqueiros para os quais não dava muita atenção. Eles são virtuoses (ou virtuosos) na melhor acepção da palavra.

No video, Steve Vai. Infelizmente as pessoas que carregam videos no You Tube não dão muita importância a créditos e a peça apresentada aparece apenas como Solo Instrumental.