09 fevereiro 2009

Hélio Delmiro

Tenho poucos discos do Hélio Delmiro. Não estranhem meu linguajar, sou da era do vinil. Mas a culpa não é minha e sim dele, que gravava pouco. Gravasse uma ou duas vezes por ano, eu compraria todos, como fazia com Larry Coryel, John McLaughlin, Jean-Luc Ponty e outros.

Num desses Festivais de Jazz de Montreux da vida, encontraram-se Hélio Delmiro e Larry Coryel. Este, depois de ouvi-lo, exclamou:
- Cara, você toca muito mais que eu!
Hélio Delmiro era o tupiniquim, e vocês sabem que o tupiniquim em sua terra não tem vez. Bidú Sayão, Laurindo Almeida, Antonio Carlos Barbosa Lima, que nos Estados Unidos é conhecido como Carlos Barbosa-Lima, e muitos outros, tiveram que sair do Brasil para ter seu valor reconhecido. É bem verdade que mesmo assim eles continuam como desconhecidos em sua terra, haja vista o caso de Carmen Monarcha, que brilha em palcos europeus sob a batuta do inigualável maestro e violinista André Rieu.

Os irmãos Assad, Sérgio e Odair, têm seus discos editados no exterior basicamente por duas gravadoras: a Nonesuch, nos Estados Unidos, e a GHA, na Bélgica. Tive momentos de encantamento ouvindo esse irmãos tocarem numa programação patrocinada pela Petrobrás e oferecida aos seus funcionários após o expediente. Quem tem interesse em gravá-los em seu país?

E vocês conhecem Sebastião Tapajós? Será um dos próximos virtuoses deste blog, se eu não for caught by the storm. Aqui as coisas são assim, frequentemente sou atropelado por um intérprete maravilhoso. Estou até aguardando o momento propício para contar como me veio a "inspiração" para criar este blog. Mas hoje é Hélio Delmiro, interpretando Folhas Mortas, de Ary Barroso.

Acabo de ver um site que mostra Folhas Mortas como sendo de Jamelão e a letra como sendo de Jamelão, onde um verso dizia:
"Eu queria um minuto apenas
Pra mostrar minhas penas
Oh, Deus, como sou infeliz".

Ary Barroso tinha um programa de calouros na Rádio Nacional e eu o ouvi dando uma espinafração num calouro que cantava os versos acima:
- Meu caro, quem mostra as penas é pavão. Eu escrevi: Pra matar minhas penas.

Nem tudo na internet é confiável.

2 comentários:

Impasse Livre disse...

O legal Luiz é que só aqui posso ver o quanto sou leigo de musica e o quanto aprendo com seus posts, sensacional essa coisa da aprendizagem, ainda mias com um mestre tão afinado quanto vc...parabéns...show de blog1

Uncle Bob disse...

Fui aluno do irmão do Hélio, o também genial Carlos Delmiro, no início dos anos 90.

Pena que não tive mais tempo de estudar música por conta do exercício da advocacia.

Bons tempos.